PROJETO O LIVRO QUE EU LI - ANO IV/2014
II CONCURSO DE REDAÇÃO DO 1º MÉDIO "A"/2014.
TEXTOS VENCEDORES:
I - MODALIDADE: POEMA
TÍTULO: DEVANEIOS PROFUNDOS
AUTORA: Mírian Martins Lira
Tive um
devaneio ontem.
Um novo
mundo conheci.
Longas
estradas, enormes montes.
O mais lindo
que já vi.
Cantos,
canções exuberantes.
Campos de
flores dançantes.
Tão alegre
eu sorri.
Águas
cristalinas escorriam
Bem de leve,
Ecoando um
som nas nuvens,
Tão branquinhas
feito neve.
Posso ver
tua bondade.
Mundo de
honestidade.
Voltarei então,
em breve.
Ilhas,
montes flutuavam,
Num céu azul
e celeste.
“Devagarosamente”
andando,
Norte, sul,
leste e oeste.
Que encanto
me trazia
Manhã,
tarde, noite e dia.
Aquele Monte Everest.
Aqui a paz
governa,
Não tem dor
e nem tristeza.
Não tem
rico, nem tem pobre,
Escravo, nem
realeza.
Aqui a pura
verdade,
É que nossa
liberdade,
Sem dúvida é
a maior riqueza.
Com os olhos
eu ouço
O canto dos “passarins”.
Com os
ouvidos eu vejo,
O voo dos
bem-te-vis.
Quero morar
nesse mundo.
Onde tudo é
muito tudo.
Posso então
ser aprendiz.
Aqui não tem
cidade,
Não tem rua
e nem estrada.
Só tem a
natureza,
Não tem
veículo e nem morada.
Ô mundo
bonito,
Ô imenso
infinito,
Bem melhor
que a Pasárgada.
Se Deus me
permitir,
Trarei todas
as crianças.
Adultos e
idosos
Terão sempre
esperança.
De viver em
harmonia,
Ser feliz a
cada dia,
Com amor e
sem tardança.
Tive um
devaneio ontem.
Um novo
mundo deixei.
Longas estradas,
enormes montes
Que jamais
esquecerei.
Posso ver
tua bondade,
Mundo de
honestidade,
Com certeza
voltarei.
Se Deus
permitir, voltarei.
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I - MODALIDADE: CONTO
TÍTULO: POR VINGANÇA
AUTORA: Roselma Maria da Silva
Ana era uma moça simples, ela morava com seus pais e sua irmã em uma cidade, no interior da Bahia. Tinha apenas 18 anos, mas já despertava o interesse de muitos rapazes. Estudava em uma escola pública da cidade. Era muito bonita, o que causava inveja em suas colegas de classe do último ano do Ensino Médio.
Junto com suas amigas, gostava de frequentar as festas que duravam até o dia seguinte, de curtir e se divertir, mas nunca se envolvera em coisas erradas.Certo dia, véspera de ano novo, foi a uma festa no centro da cidade, em meio a música e pessoas, conheceu um rapaz, Sérgio, de 25 anos, que logo a chamou para dançar.
Daí em diante, começaram a sair e, em pouco tempo, estavam namorando. Sua mãe achava que aquele namoro não daria certo, ele era mais velho do que ela. Mas Ana sempre dizia que era só implicância de sua mãe. O tempo passou e as coisas já não eram como antes, Sérgio não a visitava mais e nem ligava para saber de sua namorada. Pelo bairro corriam boatos de que ele a enganava com outra mulher. Diante de tanta desconfiança e indiferença, Ana o procurou e terminou o namoro, ele jurou que ainda voltaria.
Passaram-se dois anos, ela conheceu outro rapaz, de boa família e honesto, logo começaram a namorar, viviam felizes e sorridentes, algo que causaria inveja, faziam planos para o futuro e pensavam até em casamento.
Antônio e Ana combinaram de saírem no sábado à noite para curtir um pagode e isto fizeram. Quando estavam felizes no bar, Sérgio chegou, sentou-se em uma das mesas, neste momento Ana ficou apreensiva e assustada. Antônio, sem entender, perguntou: "você está se sentindo mal?" E ela respondeu: "Vamos embora daqui, algo de ruim vai acontecer". Os dois pagaram a conta e saíram andando. às nove horas da noite de sábado, em uma rua escura e deserta, chovia forte e fazia um frio congelante. Ela percebeu que alguém os seguia, mas ignorou e continuou andando. Já estavam perto de casa, quando Antônio, que ia de mãos dadas com ela, caiu. Um tiro de rifle. Sem saber o que fazer, Ana começou a gritar inutilmente. Sérgio se aproximou lentamente, amordaçou a sua boca e, com um tom de deboche, disse: "Eu te avisei que voltaria, não foi?"
No dia seguinte, encontraram o corpo de Antônio e uma sandália de Ana.
E nunca mais ninguém soube do paradeiro da menina Ana.
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MODALIDADE: CRÔNICA
TÍTULO: O inesquecível 7 x 1
AUTORA: Roselma Maria da Silva
Nunca gostei muito de futebol, na verdade achava uma bobagem ver as pessoas correndo de uma bola, como se a bola fosse um bandido fugindo da polícia. Mas curiosamente começou a surgir uma certa admiração, de origem até então desconhecida. Durante a Copa do Mundo de Futebol (2014), realizada aqui neste país tropical, de belas mulheres e morenos de arrancar suspiros, tornei-me uma torcedora fanática da seleção brasileira, é claro.
Assisti a todos os jogos da nossa seleção, coisa que jamais imaginei que faria, vi a estréia contra a Croácia, em doze de junho, e assisti também a partida contra a Alemanha.
Lembrar daquela partida é mexer com a ferida ainda recente do brasileiro. Acreditávamos que seríamos hexa campeões. Seria bom demais ser campeão e ainda por cima em nossa casa. Em todos os lugares, o verde e o amarelo eram protagonistas. Os olhos do mundo estavam voltados para o Brasil, tínhamos uma "moral futebolística" a zelar.
Mas aquele dia não era o nosso dia de sorte. Levamos um gol logo de início, mas ainda dava para virar, afinal era apenas um gol. De repente pisquei o olho e já estava 7 x 1 para os germânicos. O que depois viria a ser chamado de apagão, o Neymar não estava lá pra salvar a pátria.
E agora? As lágrimas começaram a cair. Tentei esconder o rosto com o travesseiro, não ficaria bem pra mim se me vissem chorando. O sonho do hexa tinha acabado, puxa vida! Eu rezei para ganharmos do Chile e ganhamos, mas contra a Alemanha, faltaram-me palavras.
Para nossa insatisfação maior, os germânicos comemoraram, desfrutaram das nossas riquezas e ainda ganharam fama de simpáticos. Os noticiários falavam da vergonhosa derrota brasileira, ao mesmo tempo em que elogiavam os germânicos.
Pode isso?