sábado, 14 de dezembro de 2013

"Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas"

Finais de ano nos remete a um misto de sensações estranhas: saudades antecipadas, lembranças de coisas de um passado recente que se mesclam com lembranças mais remotas; outros momentos, outras turmas de alunos com as quais se conviveu e que um dia também saíram de perto e foram alçar voos maiores.
É um tempo de emoções à flor da pele que, aliadas ao estresse e cansaço de mais um ano letivo vivenciado, pode nos fazer chorar compulsivamente de tristeza, pelas despedidas dos alunos e até mesmo das turmas que finalizam, ou de alegria pelas notícias de alunos que passaram em vestibulares. 
Em meio a esta enxurrada de momentos de emoções fortes, ainda sobra tempo para se meditar e analisar o que de fato valeu a pena e o que não valeu; o que recebemos e o que doamos de bom para as pessoas com as quais convivemos em mais um ano de vida. É um tempo de reflexão sobre os laços feitos e os desfeitos também, afinal, nem sempre entendemos o outro como gostaríamos de sermos entendidos por ele e vice-versa, pois viver é bom, mas que é difícil é.
E 2013 foi um ano muito difícil para mim, que me sinto parte da EJRC, pois tive que "arregaçar as mangas" e partir pra luta, literalmente, contra algo que não traria benefícios para a comunidade escolar, nem para a comunidade externa, que, inclusive, poderia levar esta escola à extinção. E foi muito cansativo, por inúmeras razões que prefiro não citar, mas "tudo vale a pena quando a alma não é pequena", já dizia Pessoa e valeu a pena cada momento dedicado a esta luta ao lado de todos os colegas professores, funcionários, alunos, ex-alunos e amigos que nos ajudaram a trilhar o caminho mais adequado para que pudéssemos obter êxito nesta empreitada.
Simultaneamente a este "furacão" de ações que vivenciamos juntos durante este processo de luta, vimos acontecer no Velho João inúmeros projetos e ações que fizeram com que esta escola se mostrasse mais viva e forte a cada dia. E isto também fortaleceu a todos nós que fazíamos parte do GRUPO DOS AMIGOS DA EJRC CONTRA A MUNICIPALIZAÇÃO para irmos em busca de toda e qualquer ajuda para que a nossa causa fosse exitosa. Agradamos a uns, desagradamos a alguns, mas isso também faz parte da vida, são as incompreensões que resultam da falta de diálogo, acho eu. 
Entretanto, como não tenho nenhuma pretensão de promover a análise de ações passadas e encerradas, atenho-me a dizer que também isto foi bom, serviu para que nos uníssemos e nos doássemos mais em nossa luta em favor daquilo que acreditávamos ser o certo e disto sentirei saudade.
Mas a saudade maior será, sem dúvida, daqueles "sobrinhos" que estão indo embora, deixando o Velho João para darem continuidade a sua vida acadêmica, pelas universidades Brasil a fora. E se nos serve de consolo, um dia retornarão a esta escola para matar as saudades e darem seus "testemunhos" sobre o quanto esta escola foi importante em suas histórias individuais. É o Velho João deixando a sua marca impressa na vida de cada um dos seus alunos. E, por mais piegas que possa parecer, como nos enriquece quando eles retornam, anos depois, e vêm nos dar seus depoimentos sobre a importância desta escola em suas vidas e do quanto nós professores os ajudamos a crescer e progredir em sua jornada de vida pessoal e acadêmica. E disto sempre sinto saudade: do reconhecimento e do carinho dos meus ex-alunos.
Apesar de ser eu a professora, sempre aprendo muito com os meus alunos, que me ajudam a progredir como pessoa e como profissional nesta  tão sofrida missão de educadora. E, de todos vocês, alunos e ex-alunos, sempre sinto saudades e uma sensação gostosa de dever cumprido. 
Que esta saudade não seja muito prolongada nem tenha um distanciamento grande, pois a vida é curta. Por isso façamos como nos ensinou Drummond "não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas"!



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

ADEUS, MADIBA!

De saída para a escola, agora à noite, parei no meio da escada, ao ouvir o plantão de notícias informar a morte de Mandela e naquele instante fiz uma prece por ele, espontânea, sincera, como faria por uma amigo querido. E acredito que não fui a única a ter essa reação automática.
Um homem de alma tão pura, de sentimentos e ações tão nobres só poderia gerar sentimentos de amor pelo mundo a fora, pois trata-se de um ser humano cuja vida inteira foi dedicada ao bem comum e que nada o demoveu das suas convicções, mesmo nas maiores adversidades pelas quais passou, seu ideal de vida e sua luta se fortaleceu mais em nome da união de todos os africanos e de todos os homens do planeta.
Um homem cuja missão foi bem cumprida. Cujas tarefas foram bem desenvolvidas, um homem que "quando a Indesejada das gentes" chegou , o encontrou com o campo lavrado, "a casa limpa, a mesa posta e com cada coisa em seu lugar" por isso a estas horas o céu está em festa ao recebê-lo de volta e nós, população deste planeta, cujo nome é egoísmo, encontramo-nos em processo de adaptação a esta situação de ausência física eterna.
Torçamos para que outras pessoas sigam aqui o seu exemplo e que todos nós busquemos ser um pouco daquilo que Mandela nos ensinou com as suas falas e com as suas ações. Afinal de contas, as suas vivências e o seu legado o imortalizaram. 
VIVA MANDELA!
ADEUS, MADIBA!

A GALERA DO VELHO JOÃO A TODO VAPOR

Final de ano letivo que se preze, tem que ter excesso de atividades, obrigações, burocracias, cobranças e tudo o mais que serve para atarefar mais ainda a vida dos professores e dos alunos. E final de ano letivo no "Velho João" é tudo "elevado ao quadrado". Haja fôlego para tantas coisas que estão acontecendo quase simultaneamente em nossa escola: as exposições dos projetos de Ciências e Biologia sobre reciclagem; os jogos interclasses; a visita técnica ao Engenho Massangana e ao Instituto Ricardo Brennand com as turmas de 8ª série; os ensaios das líderes de torcidas; os jogos interclasses; a visita do pessoal do Centro Estadual de Combate à Homofobia para palestra e grafitagem do muro da nossa escola; II concurso de fotografias; aulas de judô; banca de TCC; aulas da saudade, choros e lágrimas pelos corredores e tudo isso já mesclado com planos e projetos para o próximo ano letivo.
É a "galera do Velho João" vivendo a "todo vapor" os últimos dias deste ano letivo que foi tão tumultuado, tão cheio de sentimentos e ações contraditórios: medo/coragem; união/desunião; luta/comodismo; ações/estagnações; amizades renovadas/ amizades balançadas/amizades iniciadas; respeito/desrespeito, enfim, ano de luta para que a nossa escola continue soberana e fazendo parte da rede estadual. 
Eis algumas fotos destes momentos. Álbum "em construção"...rsrsrs