quarta-feira, 30 de novembro de 2011

MOMENTO MÃE CORUJA

Todo professor, em final de ano letivo, costuma ficar estressado e cansado, devido à sobrecarga de atividades que o obriga a varar as noites, entrar pelas madrugadas, ou, acordar na madrugada para tentar dar conta de um sem número de provas para elaborar, corrigir, atribuir notas, enfim, é uma verdadeira via crucis.
Pois bem, cá estou eu confirmando essa regra aí: super estressada e atarefada, mal tendo tempo de comer ou de me dedicar a minha família. Porém, agora, sinto-me tentada a me afastar um pouco desse universo de tanto trabalho, para dedicar um tempinho a fazer duas das coisas que me dão imenso prazer: escrever e falar sobre os meus filhos. Corujice à parte, dedicarei esse meu tão minguado tempo para falar sobre a felicidade e o orgulho que estou sentindo por conta de mais uma "arte" do meu caçula Rafael.
Ao chegar em casa agora, cansada depois de mais uma manhã de aulas e provas, eu o encontro sorridente e feliz a minha espera para me mostrar uma homenagem que ele idealizou para a sua professora, que não direi ser a preferida dele, para não ferir os sentimentos das demais, entretanto, foi para Tia Carla Rossana que ele produziu um folheto de cordel, dedicando uma parte da sua manhã para essa tarefa.
Como ele herdou de mim a ansiedade, não teve paciência de esperar para produzir uma xilogravura que ilustraria a capa, pois, segundo ele, "perderia a graça do momento", caprichou num desenho representando a Tia Carla, pintou-o,  grampeou tudo, recortou as folhas e ficou a minha espera para me apresentar a sua obra de arte do momento. 
Sim, porque ele sempre está criando coisas novas: já escreveu três livros infantis com um super herói que ele mesmo criou, e que a mim coube a tarefa de "editar"; já pintou telas e as repintou e, a semana passada,  compôs a sua primeira melodia para flauta, com direito a letra e tudo. O que se tornou meio complicado para ele me apresentar a música, pois se ele a tocasse, não poderia cantar, e vice-versa, por isso tivemos duas "audições" da obra: a melodia na flauta e a letra cantada pela sua voz de menino adolescente.
Então, se para mim não é novidade essa veia artística do meu Rafinha, por que estou eu aqui "alardeando a minha felicidade e o meu orgulho" por essa produção dele?
Porque ele teve a sensibilidade de valorizar a professora dele, usando um tempo que poderia ser gasto com TV ou brincadeiras, demonstrando dessa forma respeito, gratidão, amor, orgulho pela professora que o acompanhou por mais de um ano. Homenageando de forma tão simples alguém que se dedicou a ele e aos demais, alguém que tal qual eu, deve estar a essa altura também estressada, cansada e sobrecarregada de atividades.
Oxalá, tivesse eu alunos com essa sensibilidade para alegrar o meu fim de ano letivo!
Valeu, Rafinha, SOU SUA FÃ NÚMERO 1. TE AMO.
PS. Não publicarei aqui o cordel, porque ele o publicará no blog dele, segue o link para quem quiser conferir depois.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

PROJETO A COR DO BRASIL - Viagem aos museus

Como última etapa do PROJETO A COR DO BRASL deste ano, aconteceu no último dia 11, a viagem de premiação para as turmas vencedoras da Gincana Interclasse das 8ªs séries da EJRC. Trata-se de uma aula diferenciada, onde alunos e professores desta unidade de ensino têm a oportunidade de conhecer alguns espaços pernambucanos de arte e cultura. Este ano o roteiro incluiu visitas ao Engenho Massagana, ao Museu do Homem do Nordeste e ao Instituto Ricardo Brennand.
Por motivos pessoais, este ano não pude ir nessa viagem. No entanto, através de conversas com os meus alunos da 8ª A e os meus colegas professores, fiquei sabendo de tudo o que ocorreu. Inclusive do comportamento exemplar que os alunos da EJRC mais uma vez tiveram. Apenas não pude presenciar os olhares extasiados que, com certeza, eles tiveram ao apreciar tudo de bonito que estes três espaços têm para oferecer aos seus visitantes.
Depois postarei algumas fotos aqui. Primeiro preciso consegui-las com os “viajantes”. Até breve!

domingo, 6 de novembro de 2011

MATRÍCULA X LIBERDADE DE ESCOLHA

A data das matrículas da rede pública estadual de Pernambuco se aproxima e mais uma vez vem à tona todas as angústias e questionamentos de alunos, pais e professores sobre a autonomia das escolas desta rede e sobre o direito de escolha do local onde se quer estudar.
A priori, o direito de escolha é algo indiscutível, entretanto, quando trata-se da escolha da escola em que o aluno de Ensino Médio da rede pública estadual pernambucana deseja estudar, esse direito deixa de existir, pois interessa a alguns burocratas da educação, que haja o fortalecimento apenas das questionáveis "Escolas de Referência", que foram feitas "a toque de caixa" para serem mais um dos "números positivos" da Educação de Pernambuco, divulgados pelo Governo.
Há algo que necessita ser pensado e questionado com mais ênfase pela sociedade: o que é necessário para se fazer uma Educação de qualidade nesse estado? Apenas números, percentuais, estatísticas maquiadas, quantificações de ações irrelevantes? ou ações que de fato irão favorecer a melhoria e a qualidade do ensino público pernambucano?
Para criar a Escola de Referência em nossa cidade, uma escola de renome que já existia há muitas décadas, a Escola Nicolau Siqueira, teve que ser "desarticulada": professores e alunos tiveram que migrar para outras escolas e, desde então, os alunos da nossa cidade ao terminarem o Ensino Fundamental, não podem mais escolher permanecer em suas escolas de origem ou escolher uma outra escola, pois a estas escolas vem sendo tirado o direito de formar turmas de 1º Ensino Médio, no turno diurno. Dessa forma, apenas os alunos que não podem estudar no turno diurno, mediante comprovação, é que podem efetuar suas matrículas em outras escolas, desde que sejam para o turno noturno. 
Mas, e o aluno que não deseja estudar em tempo integral, por opção de escolha, e quer estudar no turno diurno, o que acontece? Nada. N A D A! Ele e sua família são "obrigados", mediante a falta de opção, a ir para a Escola de Referência. Sem direito de escolha.
Que fique bem claro, que não estou aqui questionando a qualidade do ensino nesta Escola de Referência ou em qualquer outra,  não é esse o meu papel. Mesmo por que, vez ou outra, fatos são divulgados pela mídia. Estou questionando o direito de escolha que é negado a um jovem e o poder de decisão e de autonomia que atualmente (não) possuem as escolas da rede estadual de Pernambuco, pois estão sendo vistas pelo Governo, apenas como lugares geradores de números, percentuais e estatísticas que irão favorecê-lo em sua carreira política e não como ESPAÇO DE VIVÊNCIA E DE DIVULGAÇÃO DE CONHECIMENTO.